sexta-feira, 26 de novembro de 2010

2 - Principais Deuses da Mitologia Nórdica

PRINCIPAIS DEUSES DA MITOLOGIA NÓRDICA

Panteão Nordico

http://caldeiraodecerridwen.blogspot.com.br/2009/10/panteao-nordico.html

Os Principais Deuses Nórdicos
 
Os Deuses mais importantes são Odin, Thor e Frey, que representavam as três classes da antiga sociedade: os Reis, os Guerreiros, e os Fazendeiros.

- Odin: Odin é o Pai de Todos, relembrado hoje como o Deus da guerra e da fúria dos vikings. Contudo, ele tem outros aspectos até mais importantes que esses. Nas Eddas, ele é o líder dos Deuses, mas essa posição originalmente era de Tyr, pois Odin tornou-se soberano durante a Era Viking, onde um Deus mais astuto era mais importante que um Deus radicalmente justiceiro. Odin é o Deus da sabedoria e do poder mágico, pois foi ele que resgatou as runas, o alfabeto que guarda os mistérios do universo. Odin também é considerado Deus da morte, por que ele juntamente com Freya, recebiam os guerreiros que chegavam em Valhalla. Símbolos: os corvos: Munin e Hugin, os lobos: Geri e Freki, o cavalo Sleipnir, e a lança Gungnir.

- Thor: É provavelmente o Deus mais conhecido entre os Deuses nórdicos. Ele é um Deus simples, o patrono dos guerreiros e do povo. Thor é conhecido pelas suas grandes aventuras e por suas batalhas contra os gigantes. Possui uma tremenda força e o martelo Mjolnir, que foi feito pelos Anões. Mjolnir é considerado o maior tesouro dos Deuses por ser a proteção contra os gigantes. Thor é associado ao trovão, e também é o Deus da chuva e das tempestades. Símbolos: o martelo e a biga.
- Frey: É o Deus da paz e fertilidade. Ele é um Deus Vanir, mas vive com os Aesir para assegurar o tratado de paz. Era o Deus cultuado pelos camponeses e fazendeiros, que lhe faziam oferendas para que a fertilidade da Terra fosse mantida durante o ano. A palavra Frey significa Senhor, por isso não se tem certeza se era o nome do Deus ou era um titulo, também era conhecido como Ing ou Ingvi, por isso alguns o chamam de Frey Ingvi. Símbolos: a espada e o javali.
- Freya: É a Deusa mais importante e a mais conhecida. Ela é a irmã gêmea de Frey. Freya é uma Deusa que tem duas facetas. Primeiramente, ela é a Deusa do Amor, da Sexualidade e da Beleza, também é a Deusa da Guerra que recebe os heróis que morrem dos campos de batalha juntamente com Odin. Além de Deusa das Feiticeiras e da magia xamânica, conhecida com Seidhr. Apesar de Freya ser a Deusa do amor e da beleza, ela não é uma Deusa dependente e muito menos delicada, como as Deusa do amor de outros panteões. Símbolos: a lança e os gatos.

- Frigg ou Frigga: É a misteriosa esposa de Odin. Ela é a Deusa do casamento, da família, do destino e das crianças. Simboliza a manutenção da ordem, da harmonia e da paz, dentro de casa. Dizia-se que Frigg sabe o futuro, mas nunca revela seus segredos, nem mesmo ao seu esposo Odin. A grande Deusa mãe dos nórdicos. Símbolos: pássaros, a roda e o fuso.
- Loki: Ele é o Deus do Fogo, também conhecido por sua inteligência, suas artimanhas, e suas brincadeiras que causam problemas a Asgard. Ele é aquele que causa o problema e fica rindo de fora, e depois arruma a solução, é o tipo de cara que aprecia uma boa travessura. Adora falar o que todo mundo sabe que é verdade, mas ninguém tem coragem de dizer bem alto e direto. Sua maior façanha e a mais conhecida é ter conseguido matar Balder. Balder era o Deus mais bonito e amado entre os Deuses e uma das suas virtudes era que nenhum material do mundo poderia feri-lo, com a única exceção do visco que foi considerado tão fraco e pequeno para ser uma ameaça. Assim, Loki pegou o Deus Cego Hod e colocou um dardo feito de visco na sua mão e o guiou para lançá-lo. O dardo pegou em Balder, causando assim sua morte. Com a morte de Balder, Loki se uniu aos gigantes e as legiões do caos e declarou guerra aos Deuses, assim começando o Ragnarok. Muitas vezes essa lenda é mal interpretada e com isso Loki acaba sendo visto como o "demônio nórdico", isso é um conceito errôneo. Ignorar Loki seria ignorar o irmão de sangue de Odin, o companheiro de aventuras de Thor, o provedor de muitos dos benefícios dos Deuses e aquele que destrói o mundo para que ele seja reconstruído das cinzas. Isso é uma parte do ciclo, assim como está na Edda: "Cattle die, and men die, and you too shall die" ou "O gado morre, os homens morrem, e você também morre". Símbolos: o cavalo e o falcão.

- Tyr: Embora raramente seja lembrado nos dias de hoje entre os Deuses mais populares, Tyr é extremamente importante. Ele é o Deus da guerra, da justiça e da nobreza. O mito mais importante envolvendo Tyr mostra tanto bravura quanto honra. Foi ele que perdeu sua mão, para que o Lobo Fenris pudesse ser capturado pelos Deuses. Símbolos: a lança e o escudo.
- Balder: Filho de Odin e Frigga, era uma divindade da justiça e da sabedoria. Infelizmente alguns escritores modernos, de uma linha de pensamento cristã, tentam transformar Balder no "Cristo" nórdico. Conhecido como o Belo, Balder é o Deus da luz, da beleza e da bondade, mas seu nome significa guerreiro. Diz que Balder morreu mais irá retornar após o Ragnarok. Símbolos: o Sol e a luz radiante.
- Heimdall: É o guardião da ponte do arco-íris que leva a Asgard, morada dos Deuses. Sua audição é tão boa que ele pode escutar a grama nascendo na Terra ou a lã crescendo no dorso da ovelha. A simbologia da ponte do arco-íris é vasta, pode significar a conexão entre a matéria e o espírito, e a ligação entre os homens e os Deuses. É Heimdall que dá o sinal para os Deuses que o Ragnarok começou. Símbolos: Símbolos: a trompa e o arco-íris.
- Nornes: Deusas do Destino: Urd, Verdandi e Skuld. São as três irmãs que tecem o destino dos homens em seus teares. Guardam a Yggdrasill, a árvore do mundo, que sustenta a Terra.Todas as manhãs fazem chover hidromel sobre suas raízes, para que as folhas permaneçam verdes. São representadas pela virgem, a mãe e a anciã. Urd é muito velha e vive olhando para trás, por sobre os ombros. Verdandi é uma jovem e olha sempre para o presente e finalmente Skuld, vive encapuzada e possui um pergaminho fechado sobre seu regaço, que contém os segredos do futuro. Símbolos: a roda em movimento.
- Idun ou Indunna: Deusa da saúde e mulher de Bragi, Deus da poesia. Ela é responsável pela saúde dos Deuses, que precisavam comer uma maçã por dia, vinda de seu cofre de madeira de freixo, para manterem sua juventude e força ou as maçãs douradas da juventude. Símbolos: a lira e a maçã.
(aqui tbm e pra colcoar a foto do gigante mimmir)
- Mimir: O Gigante, guardião da Fonte da Sabedoria e amigo de Odin. O mais sábio dos Deuses nórdicos, Mimir teve sua cabeça decepada, mas Odin manteve a cabeça viva e a consultava para saber segredos ocultos. É um dos deuses gigantes antigos. Obteve todo o seu conhecimento ao beber do poço da Grande Sabedoria nas raízes de Yggdrasil. Mimir, também chamado Ymir, deu origem aos anões com as partes de seu corpo ao morrer. Símbolos: a cabaça e a fonte.
(aqui tbm, e pra colocar a foto do gigante aegir)
- Aegir ou Egir: Gigante dos mares. Foi adorado e temido por marinheiros, para acreditarem que Aegir apareceria ocasionalmente na superfície para pegar os navios, homens e a carga, e lavá-los com ele ao seu salão no fundo do oceano. Sua esposa é a Deusa do mar Ran com quem tem nove filhas. Símbolos: o mar e a água.

- Skadi: É a Deusa do Inverno e da caça, casou-se com Njord, Deus dos Mares, porque acabou se confundindo no concurso de pés mais bonitos. Ela queria se casar com Balder, por isso seu casamento não era tão feliz, também é a Deusa da Justiça, da Vingança, e da Cólera. Símbolos: montanhas e locais altos.
- As Valquírias: Espíritos femininos que apareciam para os guerreiros que iam morrer, auxiliavam o Deus da guerra e a travessia ao mundo dos mortos em Valhala, o grande palácio de Odin, onde ele se diverte em festas na companhia dos heróis que morriam em combate. Símbolos: a lança, o cisne e o capacete.

Existem muitos outros Deuses dentro do panteão nórdico composto por duas famílias principais de Deuses, os Aesir e os Vanir, sendo que os primeiros tornaram-se durante a Era Viking, as divindades mais importantes, suplantando os antigos Deuses Vanir, que são de origem mais antiga que os primeiros, são eles: Hel a Deusa da morte, Sif a Deusa da Colheita, Bragi o bardo e poeta dos Deuses, Vidar e Vali os Filhos de Odin, Magni e Modi os Filhos de Thor, Eostre a Deusa da Primavera, Hoenir o mensageiro dos Aegir, Sunna e Mani, o Sol e a Lua, Ullr o Deus da caça, Nerthus a Deusa da Fertilidade, etc.
Lista das divindades nórdicas e correlatos

  • Adgir - Senhor do Mar – Esposa: Ran
  • AesirRaça e Terra dos Deuses Guerreiros – Odin, Thor e Tyr
  • Alcis - Gêmeos, Deuses do Céu
  • Andhrímnir - Cozinheiro dos Deuses
  • Aurvandil - Personagem menor do Skáldskaparmál
  • AsgaardCapital de Aesir
  • Balder - Deus do Brilho, da Paz, do Renascer - Esposa: Nanna
  • Borr - Pai de Odin, Vili e Ve - Esposa: Bestla
  • Bragi - Deus da Poesia - Esposa: Iðunn
  • Búri - Mais antigo dos Deuses, pai de Borr
  • Dagr - Deus do Dia – filho de Delling (aurora) e Nótt (noite)
  • Delling - Deus do Alvorecer – Pai de Dagr, com Nott
  • EirDeusa da Cura, da Medicina
  • Elli - Personificação da Velhice
  • FjorynnAlguma coisa, algo ou alguem de Thor
  • Forseti - Deus da Justiça, Paz, Verdade – filho de Balder, com Nanna
  • Freya - Deusa da Fertilidade, Bem estar, Amor, Beleza, Mágica, Profecia, Guerra, Batalha, Morte – Marido: Óðr
  • Freyr - Deus da Virilidade, Sol e Chuva - Esposa: Gerd
  • Frigg - Deusa do Casamento e da Maternidade – Marido: Odin
  • Fulla - Aia de Frigg
  • Fenrir- Filho de Loki com a Gigante Angrboda Destinado a crescer e devorar Odin durante Ragnarök
  • GefjunDeusa da Fertilidade, dos Arados, recebe as Virgens mortas
  • Hella - Rainha do “Hel ou Niflhiem, o mundo dos Mortos
  • Heimdallr (Rígr) - um dos Æsir e Guardião do Reino de Asgard
  • Hermódr - Filho de Odin
  • Hlín - Deusa da Consolação
  • Höder - Deus do Inverno, cego, matou Balder
  • Hœnir - Deus Silencioso, companheiro de Odin e de Loki
  • Iðunn - Deusa guardiã das Maças douradas da Juventude – Marido: Bragi
  • Jörð - Deusa da Terra – Mãe de Thot, com Odin
  • JötnarRaça de Gigantes
  • Kvasir - Deus da Inspiração, da Eloquência sábia
  • Lofn - Deusa do Amor
  • Loki - Deus enganador, do Engodo, Mentira, Discórdia, Fogo - Esposa: Sigyn ou Saeter
  • Máni - Deusa da Lua
  • Mímir - Tio de Odin; da Sabedoria
  • Magni - Filho de Thor e Járnsaxa.
  • Meili - Irmão de Thor
  • MimingTroll das Florestas; Hoder matou Balder com a espada de Miming
  • Móbi ou Magni - Filho de Thor
  • Nanna - Uma Ásynja, esposa de Balder, mãe de Foresti
  • NehalleniaDeusa da Abundância
  • Nerthus - Deusa da Terra, ligada a Njord
  • Njörd - Deus do Mar, Vento, Peixes, Navios, Saúde
  • NornsAs três Deusas do Destino: Urd (Fado), Skuld (Futuro), Verdandi (Presente)
  • Nótt - Deusa da Noite, filha de Narvi, mãe de Auð (com Naglfari), Jörð (com Annar) e Dagr (com Delling)
  • Odin (Wotan) - Senhor de Æsir. Deus da Guerra, sabedoria, Poesia, Estudo – Esposa: Frigg.
  • Óttar – “Deus das Focas”
  • Ran - Deusa do Mar. dos Agogados – Marido: Adgir
  • Saga - Divindade obscura, talvez a mesma
  • Sif - Esposa de Thor
  • Sjöfn - Deusa do Amor
  • Skaði - Deusa do Inverno – Marido: Njord
  • Skirnir- Escudeiro de Frey
  • Skuld - (Futuro) uma das Norns, fica em Yggdrasill( a àrvore do Mundo).
  • Snotra - Deusa da Prudência
  • Sol (Sunna) - Deusa do Sol
  • Thor (Donar) - Deus do Trovão, Céu, Batalha, Colheitas – Esposa: Sif
  • Týr (Ziu, Saxnot) - Deus da Guerra, da Justiça
  • Ullr - Deus das Habilidades, Caça, Duelo, filho de Sif e Thor
  • Urd - (Fado) uma das Norns, fica em Yggdrasill (a àrvore do Mundo)
  • ValquíriasMulheres aliadas dos Deuses Guerreiros
  • Váli - Deus da Vingança, filho de Odin
  • VanirRaça de Deuses benevolentes e da fertilidade - Njörðr, Freyja, Freyr
  • Var - Deus a do Contrato
  • - Um dos Deuses da Criação, com Odin e Vili, seus irmãos
  • Verdandi - (Presente) uma das Norns, fica em Yggdrasill (a àrvore do Mundo)
  • Vidar Filho de Odin com a Gigante Gríðr, Matador de Lobo Fenvir.
  • Vili - Um dos Deuses da Criação, com Odin e Vé, seus irmãos
  • Vör - Deusa da Sabedoria, da Verdade
  • Thrúd - Filha de Thor e Sif

Pseudo-divindades nórdicas

Não presentes nas fontes mais antigas:
  • Astrild - Deusa do Amor – confunde-se com Freyja
  • Jofur - Algo como Júpiter Romano confunde-se com Thor
  • Bronosuposto filho de Balder - confunde-se com Dagr ou Forseti
  • Geirrendour -suposto Pai das Sereias - confunde-se com Adgir
  • Glúm - suposto auxiliary de Frigg
  • Laga - suposta Deusa dos Poços e Fontes – possível origem em Laha (mitol. Celta)


ODIN

(Wotan, para os povos germânicos e Woden para os anglo-saxónicos). Um dos filhos de Bor. Figura assombrosa da qual emana poder, Odin é o deus da guerra. Mas não é só isto, ele é o Deus da Sabedoria que foi adquirida em troca de um olho, o preço estipulado para que lhe fosse permitido beber da Fonte de Mimir, na base da raiz de Yggdrasill, que mergulha em Jotunheim. Odin é o mais sábio dos deuses, senhor dos mistérios, da magia, da ciência, da poesia; padroeiro dos advindos; senhor das runas, a escrita mágica; deus da agricultura. Seu palácio em Asgard chama-se Valaskjalf e o santuário, Gladsheim. Odin é também chamado deus dos mortos e é ele quem preside, em Valhalla, os banquetes dos heróis mortos em batalha que lá estão à espera do Ragnarok. Sua esposa é Frigg e ele é o pai de Thor e de Balder. Odin é geralmente representado usando um grande manto balançando ao vento, tendo sobre a cabeça um chapéu de abas largas escondendo o tapa-olho. Na mão, ele leva a sua lança Gungnir, forjada pelos anões, que tem uma característica peculiar: jamais erra o alvo. Com Odin, estão sempre dois corvos, Huginn (Pensamento, Entendimento) e Muninn (Memória) e dois lobos, Geri e Freki. Seu cavalo é Sleipnir, que tem oito pernas e o seu trono em Valaskjalf chama-se Hlidskjalf; quando sentado nele, Odin pode ver tudo o que acontece nos nove mundos. Odin é conhecido por vários nomes, entre eles, Todopai, O Terrível, Pai da Batalha. Do nome de Odin/Wotan/Woden vem o nome do dia da semana em inglês Wednesday (Quarta-feira) - Dia de Woden, isto é, Dia de Odin.





THOR





(Donar, para os povos germânicos). Filho de Odin e de Fjorgyn (uma deusa da terra, ou a própria Terra) e marido de Sif. Thor é o segundo na hierarquia dos deuses e é o seu maior guerreiro e seu guardião. Ele é conhecido como Deus do Trovão e dos Céus; é também deus da fertilidade. Thor era o mais amado e o mais respeitado dos deuses nórdicos. Os Vikings chamavam a si próprios de "O Povo de Thor." Como era também deus da fertilidade, Thor era adorado por agricultores e era invocado para partos bem sucedidos. Thor simbolizava a lei e a ordem. Ele é representado como sendo alto e com barbas vermelhas, sempre empunhando um enorme martelo chamado Mjollnir que espalha terror entre os seus oponentes. Mjollnir foi feito pelos anões e tem o poder de retornar às mãos de Thor após arremessado contra um inimigo. O palácio de Thor em Asgard chama-se Bilskirnir e ele viaja em uma carruagem puxada por dois bodes chamados Tanngnost e Tanngrisni. Do nome de Thor vem o nome do dia da semana em inglês Thursday (Quinta-feira) - Dia de Thor.

Um dia, o martelo de Thor é roubado pelo gigante Thrym. Thor pede ajuda a Loki que, após consultar o ladrão, diz que o martelo só retornará se a mão de Freyja for dada ao gigante. Como Freyja recusa-se a desposar o gigante, Heimdall segere que Thor se vista como Freyja e vá ter com o gigante Thrym. Debaixo dos risos dos deuses, Thor concorda em ser adornado como noiva. O martelo de Thor é a maior defesa de Asgard e tem que ser recuperado. Então, Loki parte para Jotunheim levando Thor disfarçado como futura noiva de Thrym. O gigante recebe-os com grande pompa e serve-lhes muita comida e bebida. À mesa, Thor devora oito salmões e um boi inteiro e bebe 3 barris de hidromel. Ao comentário de Thrym de que nunca vira uma mulher comer tão vorazmente, Loki responde que Freyja não comia há oito dias de tão nervosa que estava com a noite de núpcias. Satisfeito com a resposta, Thrym ordena que tragam o martelo Mjollnir e que deponham-no sobre o colo da noiva para que ela seja abençoada com grande prole. Assim que Thor tem o martelo em seu colo, ele o empunha e revela-se como o Deus do Trovão. Thor massacra Thrym e todos os outros gigantes no salão.







FREYJA





Filha de Njord e irmã de Freyr. Seu palácio em Asgard chama-se Sessrumir. Freyja é a maior das deusas da fertilidade. É a deusa do amor e também da morte. Ela tinha sido esposa de Odin, que a trocou por Frigg porque ele achou que ela gostava mais de enfeites do que dele. Existe uma saga de quando ela encontra, numa uma caverna, quatro anões, habilidosos artífices, com os quais ela vê um colar de ouro de incrível beleza (o Colar de Brisings). Freyja insiste com os anões para que eles lho vendam, mas eles só aceitam vender o colar por um preço: que ela durma com cada um deles. Ela concorda. Entretanto, Loki vê o que se passa e relata para Odin. Este fica furioso e manda que Loki tome o colar de Freyja. A beleza de Freyja é legendária. Os gigantes cobiçam-na, como no caso do gigante que constrói as muralhas de Asgard e que a pede como pagamento. Outra saga é a de Thrym que rouba o martelo de Thor e diz que devolverá só se Freyja for-lhe dada em resgate. Freyja viaja numa carruagem puxada por dois gatos. Como Odin, Freyja também está ligada ao mundo dos mortos e, sempre que o visita, ela volta de lá com o poder de desvendar o futuro.





FREYR





Filho de Njord e Skadi, irmão de Freyja. Freyr é o deus patrono da Suécia e da Islândia. Ele é o maior dos deuses da fertilidade. Ele controla o brilho do sol e a precipitação da chuva; ele propicia a fertilidade da terra; ele traz a paz e a prosperidade para os homens. Freyr é casado com Gerd. Ele era um Vanir originalmente, mas foi aceito entre os Aesir depois da guerra entre as duas raças de deuses. Freyr tem como tesouros o navio mágico Skidbladnir, feito pelos anões, que pode ser dobrado e colocado no bolso; um elmo de ouro cujo timbre é um javali, Gullinbursti; e o seu cavalo Blodighofi (Casco Sangrento) que não teme o fogo. Freyr tinha também uma espada mágica que movia-se sozinha, desferindo golpes, ele perdeu-a durante uma batalha com os gigantes.





HEIMDALL



Apesar de ser um deus importante, a sua origem é um tanto obscura. Consta que ele é filho de nove donzelas, nove ondas, filhas de Aegir . Heimdall é o Deus da Luz, chamado de Deus Reluzente de Dentes de Ouro. Heimdall tem os sentidos altamente apurados: segundo consta, ele pode ver até cem milhas de dia ou de noite; ele pode ouvir a relva a crescer no chão e a lã a crescer no corpo dos carneiros; além disso, o tempo de sono de um passarinho é o suficiente para ele. Com estas características, nada mais lógico do que os deuses oescolhecem para ser o seu guardião. Heimdall é o sentinela na Ponte do Arco-íris (Bifrost). O seu palácio em Asgard chama-se Himinbjorg (Penhascos do Céu) e fica junto à Bifrost. Heimdall possui uma grande trompa chamada Gjall que ele soará no Ragnarok para convocar os deuses para a batalha final. Heimdall é o maior inimigo de Loki - sendo Heimdall o Deus da Luz, pode-se ver suas desavenças com Loki como sendo a luta entre luz e trevas. Os dois enfrentar-se-ão em Ragnarok e um exterminará o outro.



LOKI





Filho dos gigantes Faubarti e Laufey, irmão de criação de Odin. Com sua amante, a giganta Angrboda (Portadora de Sofrimento), Loki engendra Jormungand (a serpente de Midgard), o pavoroso lobo Fenrir e Hel (a Morte). Loki é descrito como tendo aparência bonita e corpo bem feito. Ele tem o poder de metamorfosear-se no que ele quiser. Loki é, sem sombra de dúvida, o mais complexo de todos os deuses nórdicos. Ele não é apenas trevas, como dizem alguns, nem tampouco um demónio, como dizem outros. Ele é mais complicado do que isto. Chamado de O Astuto, O Embusteiro, O Viajante dos Céus, Loki é um confrontador dos deuses, ele é o agente que dá dinamismo a quase todas as sagas dos deuses - às vezes, ele é o causador dos desastres, às vezes ele é o salvador, muitas vezes, o conselheiro. Há um relacionamento muito estranho entre eles e os outros deuses. Ele é um provocador de comflitos e um diplomata, em algumas ocasiões. De qualquer modo, ele é sempre imprevisível. Sem Loki, os deuses provavelmente morreriam de tédio. Ele mente descaradamente, mas também diz verdades; ele não segue regras nem padrões; como o Superhomem de Nietzsche, ele é uma lei apenas para si próprio. Sem Loki, não haveria mudanças, nem retrocessos, nem crescimentos - as coisas ficariam estagnadas; sem Loki, não haveria o Ragnarok.

Com o passar dos tempos, as características malévolas de Loki vão se acentuando e se sobressaindo. Sem nenhuma razão aparente, ele provoca a morte de Balder, o que traz consternação para todos os deuses. Depois da morte de Balder, Loki constrói para si uma casa invisível e esconde-se nela. Mas nada pode escapar ao olhar vigilante de Odin que o vê e envia um grupo de deuses para capturá-lo. Loki transforma-se num salmão e mergulha no fundo da Cascata de Franang. Os deuses apanham-no com uma rede.

Loki tem dois filhos com sua esposa Sigyn, Vali e Narvi. Os deuses transformam Vali num lobo que mata Narvi. Os deuses, então, usam as tripas de Narvi para amarrar Loki a uma pedra dentro de uma caverna. As tripas ficam, então, duras como ferro e prendem Loki de um modo impossível para ele se soltar. Uma serpente é presa a uma estalagtite acima de Loki, de modo que seu veneno fique pingando no rosto do odiado deus. Sigyn, a esposa de Loki, permanece na caverna segurando uma bacia sobre a cabeça do marido, recebendo os pingos do veneno. Quando a bacia se enche, ela é forçada a levá-la para esvaziá-la numa fenda de rocha. Enquanto ela vai até lá e volta, o veneno pinga no rosto de Loki, causando dores atrozes. Dizem que, quando a terra treme, é Loki contorcendo-se de dor. Com o advento do Ragnarok, Loki libertar-se-á para a batalha final contra os deuses.





BALDER





Filho de Odin e Frigg, casado com Nanna. Seu palácio em Asgard chama-se Breidablik (Grande Esplendor). Balder é chamado de Deus Radiante e Deus da Bondade. No "Edda" está escrito que "tão bela e deslumbrante é a sua forma e semblante que parece que dele emanam raios de luz." Ele é também considerado um deus da Sabedoria, tanto que se diz que a sua opinião não pode ser alterada, pois é sempre perfeita. Balder é o mais querido entre os deuses nórdicos.

Um dia, de repente, Balder começa a ter sonhos pressagiando que a sua vida está em perigo. Frigg resolve, então, pedir a todas as coisas e a todos os seres que lhe jurem jamais causar mal a seu filho Balder. Ela começa pelo fogo e pela água e passa pelos metais, pelas pedras, árvores, animais, pássaros... percorre todos os reinos da Natureza. Depois que tudo e todos juram, os deuses, reunidos em Gladsheim, resolvem, de brincadeira, testar a recém adquirida invulnerabilidade de Balder. Um atira-lhe pedras que não o ferem, outro ataca-o com uma espada que se desvia, outro lança-lhe uma flecha, que para no ar e assim por diante. Loki, que tudo observa, fica irritado com esse privilégio de Balder. Metamorforseando-se em uma velha senhora, Loki vai ter com Frigg e fica a saber que nem tudo fez o juramento a ela. Segundo, Frigg, ela encontrou um pequeno feixe de visco a oeste de Valhalla, que ela achou ainda muito jovem para pedir-lhe que jurasse. Loki vai embora e recolhe um ramo do visco, com o qual faz um dardo. Voltando as brincadeiras dos deuses, ele avista o irmão cego de Balder, Hod e pergunta-lhe porque ele não está a lançar coisas em Balder. Hod explica que não pode participar por não poder ver onde Balder está. Loki propõe ajudá-lo: dá-lhe o dardo e mostra a direcção na qual lançá-lo. O dardo trespassa Balder que cai morto. Os deuses ficam mudos de espanto e olham Loki com ódio, mas nenhum se atreve a derramar o sangue de Loki dentro do santuário. Loki foge.

O corpo de Balder é colocado em uma pira erguida dentro de seu grande barco Ringhorn, sob as vistas de sua esposa Nanna, que pouco depois morre de coração partido. O corpo de Nanna é colocado junto ao de Balder. O cavalo de Balder é morto e colocado também no barco para ser consumido com seu dono. A uma ordem de Odin, o barco é incendiado na melhor tradição escandinava.

A morte de Balder é o grande presságio que anuncia a vinda do Ragnarok.





FRIGG



Esposa de Odin. Diz-se que ela era tão adorada pelos nórdicos quanto o próprio Odin; é a primeira entre as deusas. Do nome de Frigg vem o nome do dia da semana em inglês Friday (Sexta-feira) - Dia de Frigg. Frigg é a mãe de Balder. Quando este tem sonhos premonitórios sobre a própria morte, Frigg percorre todos os reinos da Natureza, pedindo a tudo e a todos que jurem jamais causar dano a Balder. Ela começa pelo fogo e pela água, passa pelos metais, pelas pedras, árvores, animais, pássaros... Todos juram não causar dano a Balder. Infelizmente, Frigg deixa de pedir a um pequeno feixe de visco que cresce a oeste de Valhalla. Sabedor do facto, Loki apossa-se de um ramo do visco, confecciona com ele um dardo e faz com que Hod, o irmão cego de Balder o atire na sua direcção. O dardo trespassa Balder que cai morto.





TYR





(Tiwar, para os povos germânicos.) Filho de Odin, segundo umas fontes, e filho do gigante Hymir, segundo outras. Do nome Tyr vem o nome do dia da semana em inglês Tuesday (Terça-feira) - Dia de Tyr. Tyr é o Deus da Batalha. A saga mais famosa de Tyr é a que narra como ele veio a perder uma mão. A saga é assim: uma das crias de Loki, o terrível lobo Fenrir, vive solto em Asgard. Fenrir parece perigoso, mas como ele é do tamanho de qualquer outro lobo, Odin permite que ele continue por lá (ao contrário dos seus irmãos Jormungand e Hel.) Todavia, Fenrir começa a crescer descomunalmente e, para piorar as coisas, vários oráculos predizem que o grande lobo irá, um dia, devorar o próprio Odin. Os deuses decidem, então, que Fenrir deve ficar acorrentado. Eles confeccionam uma poderosa corrente, chamada Laeding e perguntam a Fenrir se ele é suficientemente forte para se livrar dela. Fenrir examina a corrente e permite ser amarrado com ela. Os deuses enrolam-no todo com a corrente e afastam-se. Fenrir, então, enche o peito e a corrente parte-se. Uma segunda corrente é feita, esta ainda mais forte e exageradamente pesada. Os deuses chamam-na Dromi. Fenrir é agora desafiado: "Se partires esta corrente, este feito será conhecido nos nove mundos." Fenrir olha a corrente com cuidado e resolve deixar-se ser atado novamente. Desta vez é bem mais difícil mas, depois de um grande esforço de Fenrir, Dromi se parte. Os deuses estão assustados, mas Odin lembra-se de que ninguém é melhor ferreiro do que os anões. O mensageiro Skirnir é enviado a Svartalfheim. Com a promessa de ouro e riquezas, os anões concordam em fazer algo para prender o lobo. Tempos depois, Skirnir retorna com uma estranha corrente: uma fita macia e maleável como seda e que é chamada Gleipnir. Quando Odin, curioso, pergunta de que é feita, Skirnir responde: "De seis coisas. Do som que um gato faz quando caminha, da barba de uma mulher, das raizes de uma montanha, dos tendões de um urso, do hálito de um peixe e do cuspe de um pássaro." Os deuses estão incrédulos, mas Skirnir lembra-os de que os anões são possuidores de estranhos conhecimentos. Os deuses novamente procuram Fenrir e persuadem-no a acompanhá-los até a Ilha de Lyngvi, situada no meio do Lago Amsvartnir. Lá, eles mostram a Fenrir a nova corrente Gleipnir. Fenrir diz que não haveria glória alguma em libertar-se daquela fitinha. Como os deuses insistem, o lobo começa a suspeitar de que Gleipnir pode ter sido feita com o uso de mágica e fica receoso. Os deuses prometem soltá-lo se ele não conseguir se livrar. Fenrir, então, propõe que enquanto os deuses o amarram, um deles deverá deixar a mão dentro de sua boca como prova da sinceridade deles. O único que tem coragem para tanto é Tyr, que põe sua mão direita entre as mandíbulas do monstruoso lobo. Fenrir começa, agora, a lutar contra a fita Gleipnir mas, maravilha!, quanto mais ele luta, mais ele se enreda nela e mais forte ela fica. Furioso, Fenrir decepa a mão de Tyr. Fenrir está preso e livrar-se-á somente com a chegada do Ragnarok.





VALQUÍRIAS



Algumas fontes dizem que elas são filhas de Odin. São nove as Valquírias: Gerhilde, Helmwige, Ortlinde, Waltraute, Rossweisse, Siegrune, Grimgerde, Schwertleite e Brünnhilde. Brünnhilde é a principal delas e a favorita de Odin. As Valquírias são representadas como guerreiras usando capacetes e portando lanças, que cavalgam pelos céus sobre os campos de batalha recolhendo os guerreiros que morrem heroicamente e levando-os para Valhalla. Lá, eles aguardarão a chegada do Ragnarok, quando combaterão ao lado de Odin. Assim, Odin vai formando um exército composto apenas de heróis destemidos. Em "Die Walküre," a segunda ópera da esplêndida tetralogia de Richard Wagner "Der Ring des Nibelungen," as Valquírias são mostradas e Brünnhilde tem papel preponderante nesta e nas duas óperas seguintes que formam o ciclo.



AEGIR



Deus do Mar. Casado com Ran.







BRAGI



Filho de Odin. Deus da poesia e da eloquência. Casado com Idun.







HERMOD





Filho de Odin. Hermod viaja ao mundo dos mortos para tentar trazer de volta o seu irmão Balder morto por uma maquinação de Loki. Hel diz a Hermod que permitirá a saída de Balder somente se todos chorarem a morte deste. Todos o choram, as árvores, os animais, as pedras, as pessoas, todos, excepto uma giganta feiticeira chamada Thokk (que é o próprio Loki disfarçado). Assim, a missão de Hermod fracassa e Balder permanece em Niflheim.











HOD



Filho de Odin. Deus cego que, manipulado por Loki, causa a morte de seu irmão Balder.







IDUN



Uma deusa de rara beleza, casada com Bragi (Deus da Poesia). Idun é muito amada entre os deuses por ser a guardiã das maçãs da juventude.









MAGNI



Filho de Thor com a giganta Jarnsaxa. Diz-se que ele e seu irmão Modi herdarão o Mjollnir, o martelo de Thor, no renascimento do mundo após o Ragnarok.





MIMIR





Deus sábio enviado pelos Aesir aos Vanir para estabelecer uma trégua entre eles e que é morto pelos Vanir. Odin preserva a sua cabeça e coloca-a junto à fonte na base da raiz de Yggdrasill que mergulha em Jotunheim. A fonte fica conhecida como Fonte de Mimir de cujas águas Odin bebe para adquirir sabedoria. Como pagamento, ele dá um dos seus próprios olhos.















NJORD





Seu palácio em Asgard chama-se Noatun. Deus da fertilidade, casado com Skadi, Njord é o pai dos também deuses da fertilidade Freyr e Freyja. Njord está associado ao mar e, por isto, era adorado pelos navegadores.





NORNAS





Três deusas do Destino. Urd conhece o passado; Verdandi, o presente; e Skuld, o futuro. Elas mantém guarda junto ao Poço de Urd, na base da primeira raiz de Yggdrasill, a que mergulha em Asgard. As Nornas regam a raiz de Yggdrasill com água da fonte para preservá-la. Tanto os mortais quanto os deuses estão submetidos ao poder das Nornas.





SIF





Esposa de Thor. Um dia, Loki malevolamente corta os cabelos de Sif, que são, depois, substituídos por cabelos de ouro confeccionados pelos anões.





SIGYN



Esposa de Loki. Quando Loki é castigado e preso numa caverna com o veneno de uma serpente pingando sobre seu rosto, Sigyn permanece com o marido, tentando minimizar o sofrimento dele.







SJOFN





Deusa inspiradora das paixões humanas.





SKADI





Filha do gigante Thiazi, casada com o deus Njord.











VE





Filho de Bor, irmão de Odin e Vili. Ve tomou parte na criação do mundo junto com Odin e Vili. Juntos, eles mataram o gigante de gelo Ymir e, do seu corpo, criaram os nove mundos. Mais tarde, eles criaram o primeiro homem e a primeira mulher. Coube a Ve dar a eles os sentidos.







VILI





Filho de Bor, irmão de Odin e Ve. Vili tomou parte na criação do mundo junto com Odin e Ve. Consta que Vili era um grande arqueiro. Juntos, eles mataram o gigante de gelo Ymir e, do seu corpo, criaram os nove mundos. Mais tarde, eles criaram o primeiro homem e a primeira mulher. Coube a Vili dar a eles inteligência e sentimentos.

2 - Yggdrasi - A árvore do Mundo

YGGDRASIL (A Árvore do Mundo)



"Yggdrasill" é uma árvore freixo, o eixo do mundo. Nas raízes ficam os mundos subterrâneos, habitados por povos hostis. Em torno do tronco, fica "Midgard", mundo material dos homens. Nos ramos mais altos, que roçam o Sol e Lua, fica "Asgard", domínio dos Deuses, com muitos palácios, e com o Salão do Mortos, "Valhalla", onde os guerreiros são recebidos. No final do Ragnarok, Yggdrasill abrir-se-á e, de dentro dela, surgirão um homen, Lif, e uma mulher, Lifthrasir, que repovoarão a Terra. Yggdrasill é um elo de ligação entre os mundos.



A sustentação do planeta Terra sempre foi um fator de imensa curiosidade aos olhos primitivos. Assim, cada cultura, e por conseguinte cada mitologia, procurou sempre abordar este tema da maneira que lhe parecesse mais convincente e lhe fosse mais conveniente. Para a mitologia nórdica não se fez uma excepção.



A visão comum a esses povos bárbaros era a de um universo ao longo da sombra de uma gigantesca árvore que mantinha suas descomunais raízes entranhadas na terra, com o propósito de manter coesa a massa terrestre. Conta-nos a lenda que essa árvore denominada Yggdrasil seria do tipo Teixo, também conhecida como Árvore do Mundo ou Árvore do Conhecimento. Sua origem estaria ligada ao mito da criação anteriormente citado, e teria surgido do corpo do gigante Ymir, assumindo proporções descomunais e propriedades fabulosas. Sua imensa copa chegaria aos céus, podendo desta maneira permanecer sempre banhada por uma luminosa nuvem que orvalhava hidromel (bebida dos deuses), e que tinha por função revitalizar automaticamente a imensa árvore, que alimentava com seus brotos, folhas e mesmo raízes animais que habitavam as circunvizinhanças.



Estas raízes seriam de proporções fantásticas e número ilimitado; sendo que três seriam dignas de destaque. A primeira por atingir simbolicamente o Asgard (morada dos deuses), após ser infinitamente banhada pela Fonte das Nornes, as deusas do destino. Acreditavam os nórdicos ser essa fonte detentora de potencial rejuvenescedor, sendo uma das explicações para a perenidade dos deuses. A segunda, por penetrar no Jotunheim, Terra do Gelo, onde passaram a viver os gigantes após serem expulsos do Asgard por Odim e sua família), e finalmente atingir a fonte de Mimir tida como fonte da sabedoria e inteligência.



Segundo a lenda, o seu guardião era tio e conselheiro particular do Todo-Poderoso Odin, que também se chamava Mimir, palavra que significa "Aquele que pensa". E embora algumas obras o coloquem como deus da sabedoria, Mimir era um ser menos poderoso, que pertencia à raça dos gigantes, e detinha talentos mágicos de génio - sendo famoso por sua inteligência e prudência. Ao que tudo indica, era tão grande sua sabedoria que Odin não hesitou em trocar um de seus olhos por um pouco da água da Fonte Mimir que lhe revelou o significado dos símbolos rúnicos. O mito nos relata ainda que sua cabeça era um oráculo poderosíssimo - consultado até mesmo pelo próprio Odin em momentos críticos.

A terceira raiz que devemos destacar é aquela que se acreditava atingir o Niflheim (Terra dos Mortos); e era constantemente nutrida pela fonte Hvergelmir, de onde a água se escoava em fabulosas cachoeiras para formar os grandes rios do mundo. Por outro lado, servia constantemente de alimento à serpente-dragão Nidhogge (Escuridão): ser de proporções descomunais que tinha por função corroer constantemente a Árvore do Mundo.



Encontramos a referência de que os galhos mais altos serviam de moradia ao Galo de Ouro, que tinha a responsabilidade de guardar os horizontes e denunciar aos deuses a aproximação de seus eternos inimigos, os gigantes.



Logo abaixo mas ainda no topo, habitava uma águia que passava o tempo a investigar o mundo, e que para tal portava entre os olhos um gavião.

Essa águia vivia em eterna discórdia com a serpente-dragão Nidhogge. A rivalidade entre ambas era alimentada pelo esquilo Ratatosker, que, subindo e descendo incessantemente os galhos do teixo, nutria a desarmonia reinante entre ambas.



Nos galhos habitavam quatro cervos, que representavam os quatro ventos, e passavam o tempo a correr sobre os ramos da Yggdrasil, e devorar-lhes brotos, folhas e mesmo casca. Encontramos na Edda (duas colecções muito antigas de tradições que abrangem a mitologia escandinava) uma referência a um buraco oco no centro da árvore Yggdrasil, onde havia uma sala na qual habitavam três virgens sábias, que passavam os dias a fiar em suas rocas o destino dos homens. Essas deidades eram as Nornes Urd, Verdandi e Skuld, responsáveis pelo passado, presente e futuro, respectivamente.



Ao pé da árvore habitava a cabra Heidum que se alimentava das verdejantes folhas baixas do teixo mágico, o que lhe permitia produzir um leite que assemelha-se ao hidromel, e que era destinado a servir de alimento aos guerreiros espirituais que formavam o Exercito de Odin.



Encontrava-se ainda fincado próximo a árvore o Irminsul, palavra que significa "Coluna Gigante", e diz respeito a troncos de árvores totémicos erguidos em localidades elevadas, dedicados à veneração popular e altamente respeitados pelas tribos nórdicas.



Deve-se ressaltar que, ao perceberem-se tremores de terra, estes eram imediatamente vinculados, pelos antigos nórdicos, à imagem de que estando o gigante Ymir cansado de ficar estendido sobre o peso do enorme teixo, tentava libertar-se mais uma vez em vão.



Finalmente, devemos citar uma referência bibliográfica a uma antiga árvore muito alta, de folhagem sempre verdejante e espécie desconhecida, erguia que se próximo a um templo em Upsaíla (Suécia), junto à qual havia uma fonte onde populares costumavam devotar oferendas.



Sabemos também que era costume vigente entre as tribos nórdicas, até o século XIII, que seus chefes fizessem assembleias ao pé de uma árvore; o que pode estar directamente relacionado a imagem mitológica de que os deuses se reuniam à sombra da Yggdrasil, para dispensar justiça aos humanos.

1 - História das Runas

Introdução às Runas


Para os povos de língua germânica e celta, a palavra Runa pode significar tanto "segredo" como "sussurro" ou "mistério". Também "uma das letras do alfabeto usado pelos povos germânicos mais antigos", o Fuþark, que recebe este nome exatamente por causa das suas 6 primeiras letras (Fehu, Uruz, Þorn, Ansuz, Raiðo e Kenaz).

E embora outros alfabetos antigos também tenham em sua origem um forte contexto mágico (como é o caso do hebraico e do ogham, só para citar dois exemplos), vários estudos afirmam que o sistema rúnico é o mais desenvolvido entre eles, certamente pelo fato destes atributos místicos e mitológicos acabarem por prevalecer sobre os atributos lingüísticos, hoje em desuso.

Do ponto de vista histórico, a origem das runas é ainda um tema discutível com, no mínimo, quatro teorias, cada qual atribuindo a outras civilizações a responsabilidade por sua criação. São elas a Teoria Latina ou Romana (L.F.A. Wimmer, 1874), a Grega (Sophus Bugge, 1899), a Etrusca ou Norte-Itálica (C.J.S. Marstrander, 1928) e a Indígena (R.M. Meyer, 1896), única a defender a origem puramente germânica.

Com relação à sua utilização, é importante ressaltar ainda 3 informações, antes de entramos no estudo de cada letra:

1. Evidências históricas demonstram que as runas eram aplicadas de diversas maneiras e em diversos materiais mas nunca chegaram a ser utilizadas (na sua época) como uma escrita de caneta e tinta, sendo reconhecidas apenas como símbolos talhados ou gravados sobre madeira, osso, metal e pedra.

2. O conhecimento necessário à utilização do Fuþark, tanto para registro/escrita como para propósitos mágicos, era essencialmente especializado, sendo o entalhador ou o Mestre de Runas um membro altamente considerado na sociedade. O primeiro tinha a capacidade de ler (coisa rara na ocasião) e gravar as runas. O segundo, além das habilidades do primeiro, conhecia o poder mágico do Fuþark.

3. O Fuþark é composto originalmente por 24 letras. Neste formato é conhecido como "Fuþark Antigo ou Germânico". Com o passar do tempo e por influência de outros povos, surgiram o "Fuþark Anglo-Saxão", composto por 29 ou 33 runas, e o "Fuþark Viking ou Moderno", composto por 16 letras.


Dentro da perspectiva mitológica, o surgimento das Runas é atribuído à Óðinn, a divindade máxima do panteão nórdico. Ele era um xamã, entre outras coisas, e como muitos xamãs ainda fazem nos dias de hoje, Óðinn se submeteu a uma experiência de "retorno da morte", por assim dizer, para alcançar o que podemos chamar de "iluminação". Algumas vezes este estado de transcendência é conquistado por acaso em acidentes ou doenças que conduzem o indivíduo ao limite de sua existência mas, na maioria das práticas xamânicas, rituais envolvendo alucinógenos, transes profundos, danças sagradas e/ou mortificações (como ser enterrado vivo, por exemplo) são realizadas com este objetivo.

Numa das seções do Hávamál, um poema épico traduzido como "as palavras do Altíssimo", encontramos o Runatál, que descreve especificamente este ritual de auto-sacrifício elaborado por Óðinn na árvore eixo do mundo, Yggdrasil. Segundo consta, durante nove dias e nove noites, sem ninguém para lhe dar água ou comida, Óðinn ficou pendurado em Yggdrasil, ferido pela própria lança, até ingressar numa dimensão além do mundo dos mortos e retornar, vitorioso, com o conhecimento necessário para a confecção e manipulação das Runas.

De lá para cá, os herdeiros do legado de Óðinn têm constantemente associado as Runas aos processos oraculares, às práticas talismânicas e à manipulação de forças naturais e sobrenaturais para um propósito definido pelo iniciado. São inúmeros os registros arqueológicos de Runas entalhadas em armas, batentes de portas, copos de dados e chifres utilizados como cálices, entre tantos outros objetos, o que confirma a fé dos povos setentrionais na proteção que estes símbolos ofereciam. Lendas e testemunhos históricos dos primeiros romanos em terras nórdicas revelam o uso destes mesmos símbolos na predição do futuro e nas tentativas, nem sempre felizes, de alterá-lo.

Para os que gostam de explorar paralelamente outras áreas de conhecimento, o fato de Óðinn se pendurar em Yggdrasil também chama a atenção de cabalistas e tarólogos. No primeiro caso, porque os "Nove Mundos" da mitologia nórdica sustentados por Yggdrasil, poderiam ser comparados às 10 Sephirot que formam a estrutura conhecida como Árvore da Vida. No segundo caso, porque muitos baralhos modernos incorporaram parte do mito de Óðinn à interpretação da carta do Pendurado - o Arcano XII, que, entre outras coisas, representa igualmente a busca da sabedoria interior através da imobilização.


Os conceitos que envolvem cada Runa serão apresentados a seguir. Estarei desconsiderando neste trabalho a existência de Wyrd, a 25ª Runa, também conhecida como "Runa Branca". Não se sabe exatamente em que ponto esta Runa surgiu no processo divinatório, representando o futuro que as Runas não podem antever, mas não há qualquer fundamento histórico que justifique sua presença. Por outro lado, as características de Wyrd ("destino") são perfeitamente aplicáveis à 14ª Runa, Peorð, não havendo razão para duplicidades.

No que diz respeito ao Modelo Ættir - uma seqüência específica de apresentação das Runas - existe um único ponto de divergência entre os autores considerados "respeitáveis" (por favor, evite qualquer coisa relacionada a Raph Blum e seus adeptos), que é a posição das duas últimas Runas, Dæg e Oþala. Por uma questão de análise de como as as Runas se relacionam entre si no Modelo, foi feita a escolha do que nos parece mais lógico.

1 - Origem Mitica das Runas

A Origem Mítica das Runas
A gênese mitológica das runas está belamente registrada num antigo poêma nórdico, entitulado, Edda Maior, um famoso livro composto entre os séculos IX e XIII, que cantam as glórias dos Deuses Germânicos. Estas lendas vikings contam que os deuses moravam no Asgard, um lugar localizado no centro do mundo. Nele crescia o Yggdrasil, a Árvore do Mundo, cujas raízes ninguém conhecia, e que servia de comunicação com a terra dos homens.


Foi nesta árvore que o deus Odin conheceu a sua maior provação e descobriu o mistério da sabedoria das Runas. Em busca de sabedoria Odin se pendurou pelos pés em Yggdrasil e lá permaneceu por longas noites em meditação. Ninguém lhe deu de beber ou de comer, ele provou fome, sono, sede dor e cansaço extremos até que, dos galhos perdidos de Yggdrasil começaram a caír os símbolos rúnicos. Segundo a mitologia nórdica, a escrita mágica das Runas são portanto um presente do maior de seus deuses para a humanidade.


Estes são os versos específicos do antigo Edda que tratam do assunto:




"Sei que fiquei pendurado naquela árvore fustigada pelo vento,
Lá balancei por nove longas noites,
Ferido por minha propria lâmina,Sacrificado a Odin,
Eu em oferenda a mim mesmo:
Amarrado à árvore
De raízes desconhecidas.

Ninguém me deu pão,
Ninguém me deu de beber.
Meus olhos se voltaram para as mais entranháveis profundezas,
Até que vi as Runas.






Com um grito ensurdecedor peguei-as,
E,então,tão fraco estava que caí.
Ganhei bem-estar
E sabedoria também.






Uma palavra,e depois a seguinte,
conduziram-me à terceira,
De um feito para outro feito."






A origem das Runas data de tempos imemoriais, oriundas do norte da Europa, muito antes do aparecimento do cristianismo.


Os mestres rúnicos da antigüidade riscavam os seus símbolos sagrados em seixos ou em gravetos de uma árvore frutífera, utilizando até o próprio sangue para dar-lhes a força mágica espiritual que almejavam.


As Runas não representam um simples alfabeto de uma escrita antiga, mas sim, cada letra é um símbolo sagrado e autônomo.


Cada Runa representa um arcano ligado a entidades representativas de Deuses da mitologia nórdica.


Os símbolos por sua vez, tem uma energia individual e uma vibração característica que se expressa na força específica de cada Runa.


O campo vibratório se altera na medida em que vários símbolos são conjugados para um trabalho em grupo. É essa força que estimula a intuição do "runamal" (cujo significado é a Runa falada ou os intérpretes que faziam as Runas falarem, o que recebiam esse cognome).


Na antigüidade, o profundo conhecimento acumulado era transmitido de geração a geração a um círculo de homens sábios e mulheres de conhecimento que haviam sido iniciados para isso, mas mesmo assim, ele jamais foi monopolizado e concentrado na mão de um grupo restrito como freqüentemente acontece quando o poder é manipulado.


Muitos mestres adicionavam novas revelações recebidas durante a convivência intensiva com o oráculo mantendo assim a chama das Runas acesa durante milênios.


Mesmo no mundo material da atualidade, os símbolos rúnicos continuam vivos e alcançáveis por quem quer que se interesse por eles.


O convívio estreito com o oráculo faz com que o "runamal" ou mesmo o próprio consulente, ganhe uma intuição quase infalível.


Embora as Runas representem o oráculo europeu mais antigo não quer dizer que elas não se adaptem a jogos da modernidade.


Elas funcionam em forma de baralho, ou em jogos eletrônicos, com a mesma presteza. A resposta do oráculo será tão precisa como seria se pintássemos os seus símbolos em seixos com o próprio sangue. Todavia, seja qual for o meio de adivinhação rúnica aplicada, sempre deverá ser precedido por um momento de introspeção e concentração para que a sintonia do interlocutor em relação ao campo rúnico possa se estabelecer e que a energia flua corretamente entre os dois pólos estabelecidos.


A simbologia rúnica é o portal que se abre para nos conceder acesso ao subconsciente. A pergunta formulada pelo consulente deverá ser clara e objetiva, como : A QUESTÃO É O MEU CASAMENTO. - ou A QUESTÃO É A SAÚDE. etc. A resposta do oráculo sempre será uma revelação direta, porém envolta em sutilezas que farão com que o interlocutor se auto-analise e mergulhe no fundo de seu ser.


A própria raiz da palavra Runa, o "ru", em língua germânica arcaica, é sempre ligado a segredos e mistérios ou a algo muito confidencial. Runwita era um sábio ou conselheiro do rei, conhecedor de todos os "segredos". Runa em alemão arcaico tem o mesmo significado que "raunen" em linguagem atual e quer dizer sussurrar ou confidenciar. O "roun" dos escoceses antigos e o "rún" da Islândia tem a mesma conotação, sempre associado a mistérios e segredos.


Na ocasião em que a atual Grã-Bretanha foi colonizada pelo anglo-saxãos, existiram alfabetos rúnicos com o número de símbolos diferenciados (28 letras e posteriormente 29.) Na região norte da Inglaterra, acima do rio Humber, um pouco mais tarde haviam 33 símbolos. - O verdadeiro alfabeto, que além de ser a base para as escritas nórdicas e teve seu uso em magias, rituais e oráculo é o F U TH A R K , composto de 24 símbolos, agrupados em 3 "aetts", ou seja, conjuntos de 8 letras cada, lidas da direita para a esquerda.


O primeiro "aett" corresponde às Runas Fehu, Uruz, Thurisaz, Ansuz, Raido, Kano, Gebo e Wunjo e a sua regência é de Freyr e Freyja, divindades da fertilidade e da criatividade.


O 2º grupo de "aetts" é composto de Hagalaz, Nauthiz, Isa, Jera, Eihwaz, Perth, Algiz e Sowelu. regidas por Hemdal e Mordgud , respectivamente o Deus da proteção pessoal e a Deusa, guardiã das entradas para os mundos subterrâneos.


O 3º "aett", tem a proteção do Deus Tyr e de sua companheira Zisa. São entidades guerreiras que em especial, resguardam a autodefesa do individuo. As Runas são: Teiwaz, Berkana, Ehwaz, Mannaz, Laguz, Inguz, Othila e Dagaz.

Com o tempo  essas mesmas Runas começaram a ser utilizadas com as Posturas Corporais. O Mago Rúnico invocando a Energia das Rúnas ao seu Universo interior, ou seja, o próprio Corpo Fisico tornando-se o Oráculo.


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